No último congresso da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), em 2018, tivemos a oportunidade de entrevistar o médico pediatra e alergista, Dr. e Professor Emanuel Sarinho. Eu sou suspeita para falar porque simplesmente sou fã deste médico, mas como alergista das meninas posso dizer que a “entrada” dele no tratamento das meninas foi um divisor de águas nas nossas vidas.
Ele é um médico bastante experiente, estudioso e ainda por cima bastante disponível, humano e atencioso para com os pacientes. Eu sempre digo que ele tem um tom meio “jocoso” por vezes e que possivelmente isso é proposital, já que ele tem a proposta de levar leveza para a vida daquelas famílias que pelo seu consultório passam.
A proposta da entrevista era aproveitar um tempinho disponível do mesmo, entre uma palestra e outra do Congresso, e falarmos de assuntos que vocês mais perguntam e têm dúvidas.


Então sem mais delongas, vamos à entrevista. Acompanhem:
Pergunta: Temos observado que as pessoas têm demorado mais para adquirirem a tão sonhada tolerância oral, por isso, o que o senhor sugeriria para melhorar esta situação?
Resposta: Uma coisa muito importante para induzir a tolerância oral é a pessoa procurar se alimentar de produtos tradicionais, ou seja, a pessoa ter uma dieta rica em alimentos integrais, ricos em fibras, claro, dos alimentos que ela tolera, e também a ingestão de probióticos. Isso poderá induzir a tolerância imune.
Pergunta: Com relação a anafilaxia, principalmente para os cuidadores da criança, pessoas que muitas vezes não têm formação médica, ou na área de saúde, como passar informações para que eles possam identificar melhor um quadro de anafilaxia na criança?
Resposta: Esta informação poderia ser passada através da mídia, que precisa ter um aspecto mais educativo, e principalmente passando o conhecimento de que nós precisamos ter em nosso país a adrenalina auto-injetável e enquanto ela não chega, o manuseio desta medicação ser mais difundido.
Pergunta: Sobre amamentação e alergia alimentar, que é um tema um pouco polêmico, quando devemos restringir e quando podemos liberar a dieta materna?
Resposta: Sempre que possível a dieta materna deve ser livre e rica em alimentos naturais e integrais, pois a liberdade de alimentação da mãe é fator de maturação da mucosa intestinal que vai interagir com o sistema imune e induzir tolerância. Em alguns casos específicos em que se tem certeza de que a ingestão daquele alimento pela mãe faz mal, provocando sintomas na criança, ele deve ser temporariamente restringido à critério médico.
Pergunta: Para finalizarmos, alergia alimentar, como podemos conduzir com maior leveza?
Resposta: Com educação, com inclusão e conscientização.
Então foi isso, pessoal.
Se tiverem dúvidas sobre o assunto, não deixem de postar nos comentários e vamos responder ou procurar as respostas com todo o carinho.
Se tiverem sugestão de pautas para as próximas entrevistas, adoraremos ouvir a sua opinião.
Beijos,
Ju Jordán